O escopo do documentário “Diálogo com as Pastorinhas” é a valorização da cultura dos Cordões
das Pastorinhas presentes em Parintins, uma tradição que retrata o auto
natalino trazido do Nordeste para a Amazônia e adaptado ao contexto. Esse é um movimento
cultural que antecede o nascimento de Jesus Cristo e o dramatiza através de
cantos e danças. Tem por objetivo dar voz aos líderes do movimento em
Parintins, reconhecer as dificuldades, bem como identificar parte do trabalho
desenvolvido pela Pastorinha do Fernando Sérgio Oliveira, popularmente chamado
de Gudú e depoimentos de personagens diversos que já participaram da construção
da tradição como dona Maria Lacy, 90, moradora do Ramal dos Reis no Aninga e a dona Nazaré, 69, moradora da comunidade de Santa Terezinha no Aninga bem como especialistas da área.
O projeto tem a participação de pesquisadores da área abordada,
como a professora da Universidade Federal do Amazonas Msc. Soriany Simas Neves
e o professor de História Basílio Tenório, os quais fazem um balanço entre a
atividade pastoril do ponto de vista da pesquisa e da brincadeira em si. A
movimentação das reuniões e fabricação das indumentárias ainda está em fase
inicial nesse ano de 2012, que antecede entre os meses de outubro e novembro
antes do Festival, por esse motivo será necessário usar imagens de arquivo das
disputas no Festival de Pastorinhas que acontece sempre no final do ano no
município.
O documentário pretende revelar que a Pastorinha
caminha para a espetacularização da tradição, discutir a temática da
desvalorização, explorar a oralidade dos líderes e brincantes do movimento,
promover o diálogo entre a Universidade com pesquisas acerca dos fenômenos culturais
e sociais do município e questionar o porquê das pastorinhas serem colocadas em
segundo plano.
O objetivo é conhecer de que se trata a brincadeira e
o que motiva as pessoas a exaltar o nascimento de Cristo com suas danças e
cantos. É primordial conhecer e verificar uma realidade presente, próxima ao
contexto da nossa cultura e que no plano geral é desfocado pela
espetacularização do Festival Folclórico de Parintins. É deste contato com o outro que nasce esse documentário.
Buscamos nos veteranos da brincadeira a intenção de
resgatar como se procedeu as primeiras iniciativas dos cordões de pastorinhas,
dos primeiros cânticos, das primeiras danças, das adequações aos personagens
brasileiros, dos depoimentos que estão sendo perdidos por falta de registro.
Mostrar que muitas pessoas desconhecem o motivo da
existência desse folguedo, ou mesmo, mostrar que muitos ignoram a relevância na
contribuição da formação dos aspectos sociais e culturais. Bem como, da desmistificação
de que Pastorinhas são advindas de grupos umbandistas.
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