segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Livro "A ética da malandragem"



Sinopse desse livro maravilhoso. Jornalista por excelência. Um cri cri, mostra o papel do jornalista cidadão através do jornalismo investigativo que estrebucha as artimanhas presentes nessa tal democracia representativa.

“Existem dois Congressos, escreve Lucio Vaz neste livro polêmico e arrasador. Um deles o oficial, digamos assim é capaz de fazer uma nova Constituição, aprovar o impeachment de um presidente, lutar contra a ditadura, fazer leis para o país crescer. O outro subterrâneo, revoltante, criminoso vende votos, aluga mandatos e legendas, emprega parentes, toma dinheiro de humildes funcionários, exige cargos e verbas do governo federal, assalta empresários (que aceitam as regras deste jogo sujo) e até trafica drogas. É desse submundo que este livro trata. Seu autor, o jornalista Lucio Vaz, 47 anos, passou os últimos 20 anos de sua vida em Brasília, trabalhando basicamente para os jornais Folha de S. Paulo e Correio Braziliense. Suas reportagens base para o pavoroso relato deste livro tratam de temas sombrios, revoltantes. Lucio Vaz investigou denúncias envolvendo deputados, senadores e governadores em 26 Estados. Da pequena e violenta Canapi, em Alagoas de onde foi expulso por jagunços, de Marabá, no Pará onde políticos escravizavam meninos de oito anos; de Porto Velho, em Rondônia onde um senador acusado de envolvimento com o narcotráfico acabou fuzilado na véspera de uma eleição, aos próprios ambientes do Congresso Nacional onde se consomem 15 quilos de cocaína por mês, Lucio Vaz vai enumerando histórias de arrepiar os cabelos” fonte: http://books.google.com.br/books/about/A_%C3%A9tica_da_malandragem.html?id=FQMPAAAAYAAJ&redir_esc=y

Tive a oportunidade de ter em mãos e aos olhos essa obra. Eu percebo um valor inestimável dos jornalistas na construção de um país melhor, que pelo menos em parte, meta o dedo na ferida da corrupção passiva, ativa, tráfico de influência entre tantas barbaridades que vemos por aí, mas, as lentes e as páginas dos jornais se calam diante as relações de trabalho, os detentores do meio (ou donos dos jornais), jornalismo pra quem? Muito me alegra que estejam sendo julgados os mensaleiros, a queda dos ministros corruptos, a aparição dos Valérios e Carlinhos Cachoeiras, sim porque não se trata de um ícone, uma pessoa, mas de vários subscritos nessa teia de corrupção em que se encontra o nosso país.
Não é a toa que a empresas nacionais e internacionais metem a mão em tudo, e nós aceitamos tudo calado, a exploração insustentável dos recursos naturais. Para nós amazônidas, jornalistas amazônidas, o valor da crítica é ponto de partida, pois, vivemos como se não fosse conosco as medidas internacionais que ferem nossa soberania enquanto estado e enquanto cidadãos, ora a internacionalização da Amazônia, ora as hidrelétricas, ora o desrespeito material e imaterial que todos os dias nossos indígenas sofrem nos rincões da floresta. Quando vamos sair desse enclausuramento das nossas redes confortáveis pra defender o que por direito é nosso? Enquanto futura jornalista, me sinto pressionada na minha concepção de vida, na formação acadêmica até agora adquirida em buscar, investigar, revelar.
Esse livro do Lúcio Vaz chegou às minhas mãos através de um comentário da professora Deyse Rocha (Telejornalismo) dentro de sala de aula, me interessei e comprei, se não conhecer os porcos, serás dominado por eles. Não é denúncia barata, mas um ideário pra sermos mais ativos, menos preguiçosos. É costumeiro nos acomodarmos com notícias sobre as tragédias, mortes, drogas, tantos outros exemplos. E deixamos de lado questões pontuais como o fim da ONG dos gaviões reais na Vila Amazônia, e de tantas outras situações, como o nosso querido “Código Florestal”, as APAs e APPs sendo derrubadas em virtude de conchavos nos próprios órgãos de defesa ambiental.
O que se observa é um paradoxo entre discurso e comportamento. É tanta desculpa a palavra, sacanagem, que a gente até se assusta. Acredito que todo político seja desprovido de estômago. Eu sou uma fã do Lúcio Vaz! Quero compartilhar o contato com obras dessa natureza que desmascaram os engomadinhos da política, que vendem nossas almas, parafraseando a música Ìndios da banda de rock nacional Legião Urbana em troca de espelhos, sendo bem irônica.
“O livro retrata o lado marginal e obscuro do parlamento. São histórias de compra de voto, aluguel de mandato, aluguel de partido, nepotismo, privilégios, mordomias e até venda de cocaína. As reportagens são revistas seguindo a cronologia da apuração, passo a passo, e a apresentação dos métodos de investigação.
        O jornalista Lúcio Vaz, 54 anos, nasceu em São Gabriel (RS) e cursou jornalismo na Universidade Católica de Pelotas, onde começou a trabalhar. Foi fotógrafo e cinegrafista, até estrear como repórter do Diário da Manhã, em 1979. Ainda em Pelotas, atuou na sucursal do Correio do Povo, de Porto Alegre. Naquele período, foi líder estudantil e sindical, como membro do Partido Comunista do Brasil. Transferiu-se para Brasília em 1985, no início da Nova República. No mesmo ano, iniciou a cobertura do Congresso como correspondente do Jornal do Comércio de Porto Alegre. Paralelamente, integrava a equipe de esportes do Correio Braziliense. Contratado pelo jornal O Globo em 1987, cobriu toda a elaboraçãoda Constituinte. Dois anos mais tarde, ingressou na Folha de S. Paulo para cobrir as primeiras eleições diretas para presidente. Acompanhou o comitê de Fernando Collor no segundo turno”, fonte: http://bloggeracaoeditorial.com/
 

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